sábado, abril 26, 2025
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Na última sexta-feira (28/02), o público presente no Sambódromo do Anhembi pôde acompanhar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval paulistano. Sete escolas de samba se apresentaram, buscando conquistar o sonhado título da elite paulistana.

A noite foi marcada por desfiles emocionantes e tecnicamente elaborados, com destaque para a Dragões da Real, que explorou de forma lúdica a vida, baseando-se na aquarela de Toquinho. A Mancha Verde celebrou o sincretismo religioso baiano, e a Rosas de Ouro explorou o universo dos jogos de forma descontraída e leve.

Durante a madrugada, a Acadêmicos do Tatuapé trouxe um desfile muito técnico com uma proposta de reflexão social. Além disso, Colorado do Brás, Barroca Zona Sul e Camisa Verde e Branco também desfilaram nesta noite.

Apesar de algumas escolas terem apresentado problemas pontuais, como falhas em alegorias e dificuldades na evolução, todas demonstraram força e paixão, entregando um belo espetáculo para nossa cultura.

Colorado do Brás faz um retorno vibrante à elite do carnaval paulistano

Em seu retorno triunfante à elite do carnaval paulistano, a Colorado do Brás presenteou o público com um desfile memorável em 2025. O enredo “Afoxé Filhos de Gandhy, no Ritmo da Fé” foi um mergulho profundo na cultura negra da Bahia, exaltando os orixás e a rica herança do afoxé. A escola demonstrou força e paixão, entregando um espetáculo esteticamente deslumbrante e vibrante, que refletiu com maestria a identidade única da Colorado.

A comissão de frente da Colorado do Brás apresentou uma representação poderosa da história da escola, incorporando elementos das religiões de matriz africana e indiana. O casal de mestre-sala e porta-bandeira encantou o público com uma performance impecável e figurinos deslumbrantes.

As fantasias, alegres, coloridas e brilhantes, demonstraram um trabalho excepcional no uso das cores, embora a fantasia da última ala tenha apresentado semelhanças com a da bateria. As baianas, como sempre, vieram imponentes e deslumbrantes. A bateria foi um show à parte, com o uso do timbau para trazer a cadência do afoxé.

O Mestre Acerola brilhou, e o “paradão” da escola foi perfeito. As bossas de quatro compassos criadas por ele deram ainda mais identidade ao ritmo. Os carros alegóricos impressionaram pela imponência e grandiosidade, com destaque para os dois primeiros. O terceiro carro, embora bonito, perdeu um pouco do brilho, e o quarto foi o mais fraco do desfile. O samba-enredo, cativante e envolvente, conquistou o público com sua melodia contagiante.

A Colorado do Brás apresentou um desfile que a coloca em posição favorável para se manter no Grupo Especial. No entanto, a escola pode perder pontos em quesitos como evolução e enredo. As fantasias e alegorias, por outro lado, foram os pontos altos do desfile, demonstrando o cuidado e a qualidade do trabalho da escola.

Barroca Zona Sul celebra Iansã no carnaval, mas enfrenta dificuldades em seu carnaval

A Barroca Zona Sul apresentou no Anhembi em 2025 o enredo sobre Iansã, explorando seus nove oruns e seu papel na condução dos espíritos. O desfile, que celebrou a cultura afro-brasileira e homenageou a orixá dos ventos e tempestades, teve alguns problemas que podem impactar negativamente a pontuação da escola.

O desfile da Barroca Zona Sul no Anhembi em 2025 apresentou diversos pontos altos, como a comissão de frente, que se destacou pela inovação e originalidade, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que representou Xangô e Iansã com elegância e bom desempenho.

A bateria, sob o comando do Mestre Fernando Negão, também se sobressaiu pelos paradões e bossas bem executados, e os carros alegóricos, em especial o abre-alas, foram considerados bem elaborados. No entanto, o desfile também apresentou alguns pontos de atenção, como as fantasias, que oscilaram em qualidade, e o samba-enredo, que não contagiou o público como esperado.

A evolução da escola foi comprometida, especialmente no início do desfile, e o segundo e quarto carros alegóricos apresentaram falhas.

Sendo assim, a escola enfrentou problemas de evolução e alegorias que podem prejudicar sua pontuação. Acredita-se que a Barroca Zona Sul poderá perder pontos nos quesitos Evolução e Alegorias.

Dragões da Real traz para o carnaval uma aquarela de emoções no Anhembi

Em 2025, a Dragões da Real encantou o Sambódromo do Anhembi com o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela!”, uma homenagem lúdica ao ciclo da vida inspirada na canção de Toquinho para este carnaval. Terceira escola a desfilar na sexta-feira do grupo especial, a Dragões apresentou um desfile emocionante e tecnicamente impecável, com cores vibrantes e fantasias cativantes que retrataram as diversas fases da vida.

A comissão de frente, com cores vibrantes, prenunciou a narrativa do enredo, enquanto o casal de mestre-sala e porta-bandeira, representando os guardiões da imaginação, encantou com técnica e graciosidade. As fantasias, repletas de cor e brilho, e os carros alegóricos, com destaque para o abre-alas e a ala das crianças representando unicórnios, complementaram a ludicidade do desfile.

As baianas, representando as fadas, abrilhantaram a avenida com seus giros e imponência. A bateria do mestre Klemen Gioz, com bossas inovadoras e paradões emocionantes, foi um show à parte, com fantasias que representavam tintas escorrendo e um recuo impecável.

O samba-enredo, cativante e lúdico, contagiou o público, que participou com entusiasmo em todos os paradões. A Dragões da Real mostrou força e reafirmou seu sonho de conquistar o título inédito, com um desfile técnico, colorido e vibrante que evidenciou o lema da escola: “Escola de Gente Feliz”.

Mancha Verde brilha no Anhembi com enredo “Bahia, da Fé ao Profano”

Em 2025, a Mancha Verde encantou carnaval do Anhembi com o enredo “Bahia, da Fé ao Profano”, explorando o rico sincretismo religioso baiano. A quarta escola a desfilar apresentou um espetáculo de beleza e técnica, conquistando a todos.

A comissão de frente abriu o desfile com maestria, retratando a dualidade entre fé e profano e preparando o público para a jornada que se seguiria. O casal de mestre-sala e porta-bandeira exibiu segurança e elegância, com fantasias imponentes e marcantes.

As fantasias, em geral, destacaram-se pela riqueza de detalhes, cores vibrantes e acabamentos impecáveis, proporcionando um impacto visual inesquecível. A ala das baianas, vestidas de Oxum em tons de azul e dourado, uniu estética e técnica em uma apresentação deslumbrante.

A bateria do mestre Viny, fantasiada de Filhos de Gandhi, contagiou o público com duas bossas, a incorporação do timbau e paradões emocionantes, além da performance exuberante de Viviane Araújo como O Canto Dessa Cidade.

Os carros alegóricos foram um show à parte: o abre-alas, com Oxum e Iemanjá em tons vibrantes, o carro de Exu em vermelho, preto e dourado com detalhes de feira, a representação dos templos religiosos com um grande terreiro e o colorido carro do primeiro trio elétrico. O samba-enredo, envolvente e narrativo, cativou o público do início ao fim.

Com um desfile tecnicamente impecável, fantasias e alegorias deslumbrantes e uma bateria que brilhou, a Mancha Verde reafirmou sua posição como uma das favoritas ao título.

Tatuapé traz reflexão social e estética imponente na avenida

A Acadêmicos do Tatuapé levou para o Anhembi o enredo “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar”, inspirado na célebre frase de Martin Luther King Jr., promovendo uma profunda reflexão sobre questões sociais. O desfile, idealizado por Wagner Santos, destacou-se pela força e estética elaborada, seguindo rigorosamente o regulamento, embora não tenha conseguido envolver completamente o público.

A comissão de frente iniciou com um carro alegórico imponente, simbolizando a morte com labaredas, apesar de algumas falhas técnicas. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, representando a justiça, brilhou com elegância e técnica impecáveis. As fantasias, ricas em detalhes, contribuíram para o impacto visual e a grandiosidade da escola.

A ala das baianas, em tons de azul representando o mar, apresentou uma divisão inovadora, com um grupo acompanhando um integrante representando Moisés. A bateria, sob o comando do mestre Léo Cupim, apresentou bossas originais e um paradão memorável, com um efeito visual interessante de divisão da escola.

Os carros alegóricos impressionaram pela grandiosidade e riqueza de detalhes: o abre-alas com jogos de luzes e tons sofisticados, o segundo carro retratando a intolerância religiosa com imagens impactantes, o terceiro abordando a desigualdade com contraste de cores e o último representando a verdade com imagens de líderes icônicos.

O samba-enredo, apesar de bem construído, não contagiou totalmente o público, mas a comunidade cantou com entusiasmo durante o paradão.

A escola demonstrou sua potência no canto e na estética, com alegorias e fantasias deslumbrantes, além do excelente desempenho da bateria. A harmonia e evolução foram pontos altos do desfile, consolidando o Tatuapé como um forte candidato ao título.

Rosas de Ouro conta a historia dos Jogos, com delicadeza e força na avenida

A Rosas de Ouro apresentou o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada!”, explorando o universo dos jogos e sua importância na sociedade no carnaval. O desfile, idealizado por Fábio Ricardo, destacou-se pela riqueza de detalhes em fantasias e alegorias, com um toque de ludicidade que transportou o público para dentro da narrativa.

A escola demonstrou força e delicadeza, consolidando-se como forte candidata na disputa pelas primeiras posições.

A comissão de frente, com um carro alegórico de caça-níquel, representou 14 escolas em busca do título, com uma apresentação teatralizada e visual impactante. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, representando a ficha dourada, exibiu força e beleza na condução do pavilhão.

As fantasias, com cores vibrantes e acabamentos impecáveis, exploraram a história do enredo com um toque de ludicidade. A ala das baianas, representando a mancala africana, brilhou com a combinação de azul e dourado, além de espelhos que refletiam a luz.

A bateria, sob o comando do mestre Rafa, apresentou quatro bossas, duas convenções e paradões marcantes, além de uma coreografia inovadora no recuo. A rainha de bateria se destacou com sua performance exuberante.

Os carros alegóricos foram um show à parte: o abre-alas representando um cassino, o segundo carro com imagens da mitologia grega, o terceiro simbolizando o xadrez e o último carro com uma explosão de cores representando jogos infantis. O samba-enredo, apesar de promissor, não contagiou totalmente o público, mas cumpriu seu papel de narrar a história.

A escola demonstrou leveza e descontração, com carros e fantasias bem elaborados. A preocupação com os detalhes e a harmonia do desfile foram evidentes, com destaque para a ala do Pac-Man, que promoveu a inclusão de pessoas com deficiência. Acredito que a Rosas de Ouro brigará pelas primeiras posições, mas corre por fora na disputa pelo título.

Camisa Verde e Branco homenagea Cazuza com limitações faz um carnaval que pode garantir a permaneça na elite

Encerrando a noite de desfiles, o Camisa Verde e Branco homenageou o cantor Cazuza com o enredo “O tempo não para! Cazuza – o poeta vive!”, explorando sua vida e obra. Apesar do esforço, a escola não conseguiu contagiar o público, apresentando um desfile simples e dentro de suas limitações.

A comissão de frente, com uma alegoria de máquina de escrever, simbolizou o lado poético de Cazuza, com uma coreografia que explorou a passagem do tempo. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, com fantasias nas cores tradicionais da escola, apresentou um trabalho consistente.

As fantasias, mais simples em comparação a outras escolas, garantiram beleza e identidade ao conjunto visual. A ala das baianas, representando as mães e a luta contra o preconceito, encantou com suas giradas e imponência. A bateria, sob o comando do Mestre Jeyson Ferro, realizou paradas precisas, mas sem grande interação com o público.

Os carros alegóricos, com destaque para o abre-alas que fazia referência ao Circo Voador, não trouxeram elementos surpreendentes. O samba-enredo não conseguiu envolver o público nem empolgar a comunidade.

A escola apresentou um desfile simples, com fantasias e alegorias que deixaram a desejar em termos de impacto visual. Dificilmente brigará pelo título neste ano, focando na permanência na elite do carnaval paulistano. Dentro de suas limitações, o Camisa Verde e Branco entregou o que era possível.

Como fica os desfiles do carnaval agora?

Após um primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo do Anhembi, com escolas fortes que mostraram por que são favoritas na briga pelo título do carnaval paulistano, a expectativa para o segundo dia ficou alta. As sete escolas que se apresentarão neste sábado (01/03) prometem um espetáculo de cores, ritmos e muita emoção.

Os desfiles ocorrerão no Sambódromo do Anhembi, a partir das 22h30, com transmissão da Rede Globo no carnaval paulistano. A ordem dos desfiles deste sábado será:

  • Águia de Ouro: homenagem a Benito di Paula.
  • Império de Casa Verde: viagem pelo universo da literatura.
  • Mocidade Alegre: tema que explora a história dos patuás e dos objetos religiosos.
  • Gaviões da Fiel: abordagem sobre as máscaras africanas.
  • Acadêmicos do Tucuruvi: fala sobre vestimentas sagradas dos indígenas tupinambás.
  • Estrela do Terceiro Milênio: combate ao preconceito e celebração do amor em suas diversas formas.
  • Vai-Vai: viagem pelo universo da cultura indígena e da espiritualidade.

Autor

  • Fernando Polacchini

    Jornalista graduado pela Universidade Mackenzie e mestre em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas. Possui mais de 5 anos de experiência, com ênfase em política, cultura e esportes.

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