Inicialmente esperado para o segundo semestre de 2024, o fenômeno natural chamado La Niña passou por vários adiamentos e agora pode chegar ao Brasil neste começo de ano.
Bastante conhecido pelos profissionais da agricultura, há uma tensão sobre a possibilidade do evento impactar diretamente no trabalho realizado nas lavouras.
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O que é a La Niña?
De acordo com dados apresentados pelo NOAA, órgão que presta serviços de apoio e realiza estudos sobre meteorologia, são necessários alguns parâmetros para que a La Niña aconteça.
Um deles é o fato das águas do Pacífico equatorial estarem – 0,5°C abaixo da média para o período, que dura cerca de três meses consecutivos.
Já para o Bureau Australiano de Meteorologia, um evento como esse é considerado apenas quando as águas do oceano estão -0,8°C abaixo da média, além das componentes em relação à atmosfera.
Mas, em ambos os casos, é um processo que tende a causar chuvas em excesso em determinadas regiões.
No entanto, o que deve acontecer em 2025 é algo de extrema raridade. Segundo os registros históricos, apenas uma vez aconteceu a La Niña durante o período de verão.
O levantamento, que considera as informações a partir de 1950, mostra que só em 1968 o fenômeno natural se configurou entre o período de dezembro e fevereiro até março e maio.
Terror para a agricultura

Plantação de soja apresentou crescimento em 2024 – Divulgação/O Documento
A grande preocupação dos agricultores em relação à chegada da La Niña se dá pelas chuvas recorrentes na faixa central do país. Dias nublados e com pouca claridade podem afetar diretamente na produção de soja, por exemplo.
Na última semana de 2024, a USDA Brasília anunciou o aumento da expectativa diante da safra de soja no país, com uma estimativa 7,87% superior a do ano passado, saindo de 152 mi ton para 165 mi ton.
Um desenvolvimento do plantio que pode ser prejudicado com a falta de luz solar. Vale lembrar que a fotossíntese é um processo fundamental para a geração de energia e produção dos açúcares necessários para o crescimento e desenvolvimento dos grãos plantados.
Caso seja afetado, esse processo respinga em grãos mal formados, diminuição da produtividade, atraso na maturação e aumento da respiração e estresse.
La Niña não vai durar muito
Apesar de toda a preocupação, as projeções também indicam que La Niña deve acabar rápido, proporcionando um período seco durante a colheita.
As lavouras que estiverem mais adiantadas podem se beneficiar dessa condição, ao passo que outras podem ter um pouco mais de trabalho pela frente. O cenário segue delicado.
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